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Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 1275-1

1275-1

Caracterização da motilidade em superfícies exibida por Staphylococcus pseudintermedius e Staphylococcus schleiferi.

Autores:
Thiago Freitas de Sá Coimbra (LCPM - Laboratório de Cocos Patogênicos e Microbiota) ; Jéssica Fernanda da Silva Lopes (LCPM - Laboratório de Cocos Patogênicos e Microbiota) ; Rosana Barreto Rocha Ferreira (LCPM - Laboratório de Cocos Patogênicos e Microbiota) ; Bruno Penna (LCGP - Laboratório de Cocos Gram Positivos) ; Thais Glatthardt (LCPM - Laboratório de Cocos Patogênicos e Microbiota) ; Luis Caetano Marta Antunes (CRPHF - Centro de Referência Prof. Hélio Fraga) ; Katia Regina N. dos Santos (LIH - Laboratório de Infecção Hospitalar, Departamento de Microb)

Resumo:
Embora muitas vezes sejam considerados imóveis, a motilidade dentro do gênero Staphylococcus foi descrita para Staphylococcus aureus e Staphylococcus xylosus. Estudos preliminares do nosso grupo mostraram que Staphylococcus pseudintermedius e Staphylococcus schleiferi também apresentam motilidade em meios semissólidos. Em S. aureus, a motilidade está associada à produção de modulinas solúveis em fenol. Essas modulinas atuam como surfactantes e sua expressão é regulada pelo gene acessório regulador (agr), um sistema quorum sensing responsável pela regulação de genes de virulência em Staphylococcus spp. Recentemente, testamos isolados caninos de S. pseudintermedius (49 cepas) e S. schleiferi (30 cepas) quanto à motilidade em meio semissólido e avaliamos o impacto da suplementação de glicose (1%) ou NaCl (1%) na motilidade dessas espécies. Além disso, investigamos a presença de genes associados à motilidade em S. aureus, nos isolados. Esses genes incluíram os genes agrA, agrBD, agrC, ctaA, dltA, nuc2, tagO e srtA para cepas de S. pseudintermedius, e agrB, ctaA, dltA, tagO e srtA para S. schleiferi. Nossos dados revelaram que todos os isolados de ambas as espécies apresentaram motilidade em meio semi-sólido, aproximadamente 36,7% (29 cepas) foram classificados como alta motilidade, 26,5% (21 cepas) foram classificados como motilidade intermediária e 36,7% (29 cepas) foram classificados como baixa motilidade. A adição de 1% de glicose ao meio semi-sólido resultou em aumento da motilidade tanto para S. pseudintermedius quanto para S. schleiferi, enquanto a adição de 1% de NaCl resultou em diminuição da motilidade em S. schleiferi, e em S. pseudintermedius foi variável dependente das cepas. Todas as cepas de S. pseudintermedius apresentaram os genes ctaA, dltA, tagO e srtA enquanto apenas 42% das amostras apresentaram a presença de todos os genes do operon agr. Em relação aos isolados de S. schleiferi, 93,3% das cepas foram positivas para o gene ctaA, 86,6% para o gene tagO, 76,6% para o gene dltA e apenas 23,3% apresentaram o gene srtA. Em nossos estudos futuros, nosso principal objetivo é avaliar a expressão desses genes em meios sólidos e semissólidos para determinar seu papel na motilidade de superfície em S. pseudintermedius e S. schleiferi. Para entender melhor as condições ambientais que podem regular o fenótipo dessas espécies, planejamos também testar a motilidade em várias condições de crescimento, como diferentes meios, temperatura e tempo de incubação. Por fim, será analisado o impacto de moléculas secretadas por outros Staphylococcus na motilidade de S. pseudintermedius e S. schleiferi. Isso nos ajudará a entender como outros comensais de pele comumente encontrados podem afetar a motilidade nessas espécies. A motilidade em superfícies é um fenômeno pouco estudado no gênero Staphylococcus e nosso grupo é o primeiro a relatar a motilidade em S. pseudintermedius e S. schleiferi. Compreender a regulação da motilidade nessas espécies pode elucidar a biologia desses microrganismos e esclarecer seu mecanismo de colonização, sobrevivência e patogênese.

Palavras-chave:
 Staphylococcus pseudintermedius, Staphylococcus schleiferi, motilidade, quórum sensing


Agência de fomento:
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES); Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); Fundação de Amparo à Pesquisa Do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ)